Teamwork – Como o trabalho em equipe ajuda a cumprir missões aparentemente impossíveis

Você certamente já  ouviu a frase o trabalho em equipe ajuda a cumprir missões aparentemente impossíveis. E talvez ache que se trata de “Papo de Coach” ou frase de autoajuda, cujo efeito motivacional dura até o fim da palestra. Mas, da mesma maneira que o Coaching é uma coisa séria, que gera resultados, e não é autoajuda,  o teamwork tem o poder de amplificar as potencialidades de um grupo, para cumprir até as “missões impossíveis”.

Nesse artigo vamos explicar como um grupo de profissionais que, individualmente, tem seus pontos fortes, mas também tem suas limitações, pode se tornar uma equipe altamente eficiente, a qual podem ser confiadas missões que todos sabem que são difíceis, mas que, quando cumpridas, podem ajudar a empresa a atingir seus objetivos estratégicos mais ambiciosos.

Quais os ganhos do trabalho em equipe

O trabalho em equipe torna possível cumprir missões aparentemente impossíveis, quando o grupo aprende a agir em sintonia, cada um com uma função, no tempo certo,  com um líder que inspire cada membro da equipe a fazer o seu melhor. Ou seja, que faça o todo ser maior que a soma das partes.

Fazendo uma comparação, se na melhor orquestra sinfônica do mundo, todos os músicos resolverem agir individualmente, tocando seus instrumentos sem prestar atenção à ordem pedida pela partitura, que é o plano estratégico, ao maestro, que é a liderança, e preocupados se o colega tocou sua parte corretamente, que é a confiança, o resultado será barulho, caos! Não importa o quanto eles sejam brilhantes individualmente.

Mas, se cada um fizer a sua parte, atentos à partitura e ao maestro, sem terem que se preocupar se o colega tocou sua parte corretamente, porque eles sabem que tocou, o resultado será, literalmente, uma sinfonia.

Como o trabalho em equipe funciona para as empresas

O trabalho em equipe funciona ao fazer com que um grupo de pessoas se reúna e alcance algo que nenhuma pessoa poderia fazer sozinha. Ao trabalhar em conjunto, cada pessoa traz para a mesa habilidades únicas, permitindo que uma gama diversificada de soluções e ideias seja explorada.

Ao reunir recursos e trabalhar em conjunto, as equipes podem enfrentar tarefas complexas, atingir metas ambiciosas e alcançar patamares que de outra forma seriam impossíveis. O teamwork dá às pessoas a oportunidade de enfrentar desafios com os quais nunca pensaram que poderiam lidar. E ainda aprenderem uns com os outros no processo.

O papel do líder no trabalho de equipe

O papel do líder no trabalho de equipe é aumentar a autonomia e responsabilidade de seus liderados. Aumentando a autonomia, ele os incentiva a sempre a pensar por si mesmos e ter coragem de experimentar novas ideias. E aumentando a responsabilidade, faz com que eles sempre reflitam sobre as consequências positivas ou negativas que pode haver para a equipe, não somente para cada um, individualmente.

Mas, para dar autonomia e delegar responsabilidades, o líder precisa treinar e capacitar seu pessoal, fazê-los sentirem que têm um propósito e motivá-los a trabalhar em conjunto em busca de um objetivo bem definido, com um plano de execução sólido. Cada um da equipe precisa ter uma visão clara de como atingir o objetivo e quais as etapas que devem ser cumpridas para chegar ao resultado esperado.

Se um plano for definido pelo líder, ou pelo grupo, cada membro terá que se preparar para executar a sua parte da melhor forma possível, independentemente se sua opinião for a favor ou contra. Se uma das “peças” da equipe não cumprir o seu papel, ou não performar de maneira esperada, o resultado de todos será afetado.

Para o trabalho em equipe ter sucesso, metas e objetivos devem ser definidos claramente

O sucesso do trabalho em equipe é baseado na confiança, respeito mútuo e colaboração. Quando todos os membros da equipe contribuem com seus conhecimentos, ideias e recursos, a equipe é capaz de realizar as tarefas com mais eficiência e eficácia. Por isso, é importante definir claramente o que é sucesso, quais as metas e objetivos que devem ser alcançados e quais as funções e responsabilidades de cada pessoa.

Por isso, a comunicação é a chave para o sucesso do trabalho em equipe. Os membros devem ser encorajados pela liderança a fazer perguntas, compartilhar ideias e fornecer feedback.

Batalha das Termópilas: quando o trabalho em equipe realizou o que parecia impossível.

O maior exemplo de como o trabalho em equipe realizou o que parecia impossível ocorreu em 480 A.C. no desfiladeiro de Termópilas, na Grécia, quando uma força de 7.000 soldados gregos, liderados pelo rei de Esparta, Leônidas, enfrentou durante 3 dias um exército persa de 250 mil homens, só sendo derrotados quando foram traídos por outro grego, Elfiates, que mostrou aos invasores um atalho para contornar o desfiladeiro e atacar os gregos pela retaguarda.

This is Sparta!

Você já deve ter se lembrado do filme 300, com Gerard Butler como o Rei Leônidas de Esparta e Rodrigo Santoro como o Rei Xerxes, da Pérsia, que além de ter  gerado inúmeros memes, exagerou para cima o tamanho do exército persa, 1 milhão de homens, e para baixo o do espartano, 300 homens. Mas o exagero não é culpa somente da liberdade artística do diretor  Zack Snyder, já que esses números vieram do historiador grego Heródoto.

Hoje se estima que Xerxes tinha um exército de 250 mil soldados, e os gregos chegaram a ter 7 mil, e nos momentos finais, Leônidas teria resistido com somente 300 espartanos,  700 téspios e 400 tebanos, totalizando 1400 soldados. Posto isso, ainda é um episódio notável o suficiente para ser lembrado mais de 2500 anos depois. E até o exagero de Heródoto se torna compreensível, pelo poder de inspiração que a história dos 300 de Esparta tem.

O que os 300 de Esparta ensinam sobre trabalho em equipe

O episódio dos 300 de Esparta pode ser analisado usando vários  conceitos que nos interessam, e que são válidos para qualquer organização, como liderança inspiradora, disciplina, organização, estratégia, e valor do trabalho em equipe, provando que um conjunto pode ser muito maior que a soma das partes.

Definição clara do objetivo.

O objetivo do pequeno exército grego não era vencer os persas, mas segurá-los o máximo possível, para que o  resto das cidades gregas conseguissem reunir um exército grande o suficiente para enfrentar os persas.

Estratégia e recursos disponíveis para implementá-la

Ambos os exércitos contavam com a mesma tecnologia: espadas, escudos, lanças, capacetes e armaduras,  mas um deles dispunha de uma quantidade muito maior, cabendo ao lado em desvantagem usar estratégia e trabalho em equipe para fazer o melhor uso dos recursos de que dispunha.

A estratégia espartana foi muito inteligente, de se posicionar no Desfiladeiro das Termópilas, tendo o relevo a seu favor e impedindo que os persas conseguissem enviar de uma vez só, mais soldados do que eles pudessem dar conta. Mas somente isso não explica uma performance tão espetacular.

Liderança, Motivação e Trabalho de Equipe

Para entender os incríveis resultados dos espartanos, que justificam eles serem lembrados mais de 2500 anos depois, existem outros pontos a serem analisados, importantes para qualquer organização, como treinamento, qualidade da liderança, cultura organizacional, motivação, organização e trabalho de equipe.

Espartanos x Persas

O Exército Persa, apesar de muito mais numeroso, era um catadão, um grupo de soldados formado por povos conquistados, obrigados a lutar por um império pelo qual não tinham nenhum amor, submetidos a um rei que ficava na retaguarda, e mandava que seus comandantes chicoteassem os soldados para obriga-los a avançar contra os inimigos nas batalhas.

Os espartanos, além de terem sua cultura a seu favor, já que eram treinados desde crianças para serem soldados, tinham a motivação de lutar por suas cidades e famílias, liderados por um rei que respeitavam e admiravam, entre outras razões, porque ia para a batalha ao lado deles, marchando à sua frente.

Falange grega, o teamwork espartano

Além da liderança inspiradora e da motivação, os espartanos eram conhecidos pelo seu teamwork, uma forma de organização nas batalhas chamado falange grega, um típico caso em que um grupo, trabalhando em equipe, minimiza suas fraquezas e maximiza suas forças

Na formação de falange, os soldados das primeiras fileiras mantinham as lanças apontadas para a frente, atingindo qualquer inimigo que se aproximasse, com os escudos sempre protegendo uns aos outros, enquanto os soldados das fileiras de traz mantinham os escudos no alto e as lanças em 45 graus, protegendo a falange de ataques por cima, como flechas ou cavalos, e prontos para substituir um companheiro que caísse nas fileiras da frente.

Os espartanos resistiram três dias aos persas nas Termópilas, e utilizando essa forma de trabalho em equipe, causaram um número incrivelmente alto de baixas ao exército inimigo. Quanto mais teriam resistido, caso não fossem traídos por um grego, Elfiates, que supostamente, esperava receber uma recompensa monetária dos persas, é impossível de se saber.

As lições dos 300 de Esparta para quem busca criar equipes eficientes

As verdadeira motivações de Elfiates para mudar de lado e trair os outros gregos se perderam no tempo, são algo sobre o qual só se pode fazer suposições.

Mas, trazendo a situação para a vida corporativa nos dias de hoje, o especialista em negócios Gregg Crawford , no livro “The Last Link”, expõe como estratégias bem montadas pelos executivos podem ter seus resultados comprometidos, levando a grandes perdas de investimentos corporativos, se não houver o entendimento e compromisso de todos os envolvidos.

O mundo corporativo atual é um ambiente onde prevalece a extrema competitividade, e a pressão por resultados é cada vez mais presente. E não há muito o que possamos fazer sobre isso. Mas podemos evitar o erro que muitos líderes cometem, que é se concentrar demais no controle, nos processos e nos objetivos finais, e muitas vezes,  não o suficiente nas pessoas que fazem parte das equipes sob seu comentado.

Delegar responsabilidade é necessário para garantir que os marcos sejam alcançados e que todos os membros estejam participando. Envolver cada membro da equipe, e dar a ele a sua parcela de responsabilidade, aumenta o comprometimento da equipe e a chance de sucesso.

Um líder eficiente deve ter o controle de sua equipe e saber aproveitar as qualidades de cada pessoa, assim como neutralizar as ineficiências dentro do conjunto. Mas, se existe um segredo do sucesso, está em manter o foco nas pessoas e não nos resultados. Para que cada um se empenhe, com o que tem de melhor, para cumprir a missão aparentemente impossível e tornar o improvável realidade.

Voltando ao exemplo dos 300 Espartanos.

Para mostrar que o foco deve ser mais nas pessoas que fazem parte da equipe, do que nos processos ou na estratégia, recorreremos novamente à metáfora dos 300 espartanos das Termópilas. Mas utilizando o Elfiates da ficção de Zack Snyder, que traiu o rei Leônidas por um motivo fútil, pensando mais em elevar sua autoestima do que no bem de todos ao seu redor.

Nada justifica um ato como esse, independentemente de quais sejam as motivações. Mas a mensagem para os líderes é de que todos os membros da equipe devem estar integrados e motivados, independentemente do tamanho de seu papel, porque equipes são como correntes: Tão fortes quanto seu elo mais fraco.

Por isso é tão importante integrar todos os envolvidos, reconhecendo e celebrando o os sucessos da equipe, motivando, energizando e elevando o moral.