educação financeira para crianças

Educação financeira para crianças é uma responsabilidade da família e da escola

Tenho duas filhas, que chamo de minhas duas princesas. Uma tarde de passeio no Shopping Center foi uma oportunidade para abordar dois assuntos fundamentais para a educação delas:  Educação financeira e  convívio social , regras de civilidade .  Mas vamos começar com como a educação financeira para crianças é uma responsabilidade da família e da escola. Aliás, é mais da primeira do que da segunda.

Passeio no Shopping Center é uma oportunidade de dar educação financeira na prática.

No passeio no Shopping Center, conversamos muito sobre a importância de não se gastar mais do que recebe, porque é o lugar, por excelência, em que a cada passo que damos, estamos expostos a um impulso de consumo. E muitos desses impulsos, nem sempre são o de adquirir bens ou serviços que sejam realmente necessários na nossa vida.

Longe de mim querer pregar qualquer tipo de atitude anticonsumo. Nós vivemos em uma sociedade de consumo, em que pessoas que trabalham e empreendem, produzindo e adquirindo bens e serviços. E quando falamos em educação financeira para crianças, estamos falando em deixar que sejam crianças, mas prepara-las para, quando chegarem à vida adulta, poderem trabalhar, empreender e produzir, para poderem adquirir os bens e serviços de que necessitarão.

É uma vontade de todo pai dar algo que faça seus filhos felizes. Mas o que todo pai deve se lembrar é que seus filhos um dia serão adultos. E é melhor que podemos fazer por eles é educá-los para que sejam, dentro dos desafios da vida que terão pela frente ,pessoas adultas felizes, que saibam como se comportar atuando por conta própria, ou como parte de uma entidade coletiva, uma equipe.  E uma parte dessa felicidade está na estabilidade financeira.

Estabilidade financeira

Não se deve confundir estabilidade financeira com o desejo, ou a eventual possibilidade, de se adquirir tudo o que se quiser. Inclusive porque isso seria uma enorme fonte de infelicidade, e eterna insatisfação, porque sempre haverá algo que não se pode comprar,  mesmo que tal bem tenha um preço, colocado em uma etiqueta em uma vitrine.

Estabilidade financeira é a possibilidade de se adquirir tudo aquilo que realmente precise, e não falte nada. E sobre, inclusive, o necessário para supérfluos, vontades e prazeres, que devem ter o seu lugar na lista de despesas, mas não podem ultrapassar um limite que traga a instabilidade financeira.

Educação financeira nas escolas

Pessoalmente, sou totalmente favorável à educação financeira nas escolas e até nas universidades. Acho muito importante que se ensine às crianças como administrarem suas finanças, consumir conscientemente, se defender de fraudes, entenderem bem as condições dos contratos que assinam tudo o mais que a educação financeira ensina.

Mas é preciso lembrar que, mesmo que se possa pagar a melhor escola para os nossos filhos, a responsabilidade pela educação, antes de ser da escola, é da família. E que não se pode separar uma coisa da outra, delegando, terceirizando a educação para a instituição de ensino.

Aliás, nos países orientais, como China, Japão e Coreia do Sul, onde a educação básica está entre as mais fortes do mundo, e não por acaso, conseguiram resultados econômicos incríveis, as duas coisas se relacionam. A educação das crianças é uma missão da família. Com certeza, existe uma correlação entre as duas coisas, e isso inclui a parte da educação financeira para crianças.

Educação financeira na família

Só tenho a agradecer ter podido estudar em boas escolas e faculdades. Mas, dentro da educação financeira que recebi de minha família, aprendi a ter mais de uma fonte de receita, que é importante gerar renda através do trabalho, mas nunca gastar tudo, poupando um excedente para investir, para que o dinheiro trabalhe por você.

Desta forma, possibilitando múltiplas gerações de receitas, se consegue a estabilidade financeira e até a possibilidade de devolver uma parte à sociedade no futuro. Inclusive, estudos mostram que crianças entre 8 e 15 anos já deveriam entender de orçamento (Receita x Despesas), custos fixos e variáveis.

Ter um cartão de débito, com um limite adequado a uma criança dessa idade, obviamente,  ajuda muito nessa fase de aprendizado. Inclusive para ensinar a diferença entre querer e poder.