Uma pequena homenagem a Abílio Diniz

Uma pequena homenagem a Abílio Diniz

Abílio dos Santos Diniz faleceu em 18 de fevereiro de 2024, aos 87 anos, com o merecido prestígio de um mito empresarial, pela sua trajetória a frente do Pão de Açúcar e como membro do Conselho de Administração de vários grupos empresariais, além de uma trajetória de fã e incentivador dos esportes, porque sabia pela própria experiência o quanto eles podiam ser benéficos às pessoas. Por isso, nossa pequena homenagem a Abílio Diniz.

Um empreendedor nato, que aprendeu a prática e a teoria

Abílio Diniz era o mais velho dos seis filhos de Floripes Pires e do imigrante português Valentim Diniz, que imigrou para o Brasil em 25 de novembro de 1929 e em 1948 abriu a Padaria Pão de Açúcar, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, 3.138, em São Paulo, onde Abílio começou a trabalhar aos 12 anos de idade.

Se formou em Administração de Empresas pela FGV em 1959, abrindo mão da carreira acadêmica para ajudar seu pai a criar a primeira loja do Supermercado Pão de Açúcar, justamente na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, e o resto é história.

Abílio Diniz aplicou as lições dos esportes na vida empresarial

A trajetória de Abílio Diniz é de conhecimento público, e não tenho a intenção de tomar o seu tempo com informações que podem ser encontradas em vários lugares, muito bem escritas, mas de fazer uma pequena homenagem de alguém que comprovou na prática o que sempre defendemos: que a prática de esportes é muito benéfica e executivos e empreendedores, e pode fazer a diferença em uma carreira profissional.

Como ele mesmo conta em seu livro, Caminhos e Escolhas, quando era criança, ele tinha o costume de jogar futebol na rua, as populares peladas, e na Várzea do Glicério, no Bairro da Liberdade, para onde o negócio de seu pai foi quando se expandiu, ele era constantemente hostilizado por ser baixinho e gordinho, sofrendo o que hoje chamamos de bullying “Não havia dia em que eu voltasse para a casa (…) sem ter sofrido algum tipo de humilhação”, enfatizou.

O caminho para encontrar autoconfiança, autoestima e o respeito em um ambiente hostil veio através dos esportes, quando aprendeu judôboxe e capoeira, praticando também musculação e levantamento de peso, além do futebol, que não abandonou. Já adulto, a motivação para a prática esportiva deixou de ser a defesa pessoal, era a qualidade de vida, uma causa que sempre defendeu durante toda a sua vida.

Praticou também outras modalidades, sendo campeão de polo a cavalo, tricampeão de motonáutica e vice-campeão universitário de levantamento de peso, um esporte que depois ele veio a chamar de “meio besta” por ter sofrido uma lesão na coluna na prática.

Nada, entretanto, que diminuísse seu amor pelos esportes, o que o levou também ao automobilismo, modalidade na qual, junto com seu irmão, Alcides Diniz, venceu a edição de 1970 das Mil Milhas Brasileiras, pilotando um Alfa Romeo GTA 2.000.

Do lado de fora dos campos e quadras, mas ainda ligado ao esporte, fundou o Grêmio Osasco Audax, com o objetivo de formar atletas, e foi conselheiro do seu clube de futebol do coração, o São Paulo Futebol Clube, e que o recebeu em sua despedida.

Adeus e obrigado!